Edição: 1ª Edição
Autor: Eduardo Fonseca Júnior
Acabamento: Brochura
ISBN: 8573796081, 9788573796087
Ano de Publicação: 2003
Formato: 21 x 14 x 1.6 cm
Páginas: 264
Peso: 0.18kg
Sinopse
O Brasil é comum dizer que "o branco faz cultura, enquanto o negro e o índio fazem folclore". No entanto, pode-se afirmar preponderar na etnia brasileira a origem africana. Ou os avós eram negros ou brancos, estes últimos nutridos pelo seio farto da ama de leite negra. A cultura é compreendida como os usos, costumes e de um povo que se expressa meio de língua própria ou dialeto. Assim o seu conceito mais além do que de ao folclore. Constata-se se há linguagem, há normas de condutas, leis, códigos, regras sociais. Se há linguagem, há gramática, lexiologia e demais aspectos fonéticos. Há, pois, em sob ótica gestáltica, um todo formador, e, que o faz "cultura". O erro dos estudos afro-brasileiros foi o de não se valer de metodologia voltada para a cultura negra original, ou seja, a afro-negra: causa e fator gerador das transformações nas identidades socioeconômica e cultural do negro em nosso país. Privilegiou-se, assim, os efeitos desta mesma cultura, que é a afro-brasileira, em que se vê o negro amordaçado em suas tradições africanas vitimizado na sua dignidade e nobreza pátria, desfigurado socioeconomicamente pela escravidão lançado que foi aos resvaladouros do sequestro das oportunidades de estudar, instruir-se profissionalizar-se, privado, assim, do exercício do que se chama cidadania. Sob a negritude formou-se o preconceito da indolência, da inconsequência, da incapacitação para trabalhos sociais mais especializados e hierarquicamente representativos; quando em realidade tudo decorreu da omissão, e por que não dizer da discriminação ao papel de destaque que o negro deveria ocupar na pirâmide social brasileira e, por extensão, na identidade nacional: do "ser brasileiro" nossa consciência nacional. Dai-me uma alavanca que eu moverei o mundo dizia o filósofo grego Arquimedes. Dai-me a instrução e o estudo que eu o para horizontes de dirá o negro, quando um dia compreendido na cultura e identidade de seus arquétipos formados na transoceânica Mãe-Africa redivivê-los emnosso e, sobretudo, em seu Brasil. Os judeus, após a diáspora, desencadeada pelo imperador romano Tito, viveram séculos sem uma pátria nacional, porém sobreviveram, não obstante as perseguições e os "progroms". E de que maneira? Ao preservarem sua cultura, sua religião e suas tradições. Com o negro brasileiro deu-se o oposto: buscaram cristianizá-lo, como antes o tinham feito com os índios, com todas deformações culturais; desconhecedores os doutores da catequese que eram, como ainda boa parte o são, da inexistência do chamado"salto cultural", ou seja, a passagem de cultura de um povo para outro em poucas gerações. No caso de nossos índios e negros nem a passagem se deu... e sim a destruição dos seus valores ancestrais. Zumbi dos Palmares - Herói Negro da Nova Consciência Nacional livro denúncia da escravidão em nosso Brasil colonial, e que até hoje se estende sob forma de bloqueio ao crescimento social do negro livro epopeia, cujo herói é rei africano brutalmente sequestrado do seio de seu povo: e por aqui com toda dignidade que as ideias e os ideais do liberalismo assinalam, edifica o seu novo reino, resgatando sua cultura; e no seu contexto (diz-se para os puristas da antropologia cultural) o folclore. De uma forma mais geral, sua própria identidade. É a luta contra o colonialismo predatório, e seu filho direto, a escravidão marcada pela repressão cruenta do direito de ir e vir, da tradição, do crer e de ter sua fé, do pensar e do criar, e por extensão do ser feliz. Este mesmo colonialismo ressurge, ora travestido de um pseudo neoliberalismo, fertilizado pela visão de uma mídia desfocada de nossa cultura, de nossos anseios sociais. Zumbi é herói nacional, assim como Tiradentes, ambos lutando e morrendo pelos ideais de um Brasil livre e independente. Tiradentes, impregnado pelos ideais de Voltaire e Rousseau florescentes na Revolução Francesa: liberdade, igualdade, fraternidade. Zumbi, preservação de sua cultura, de sua religião, suas tradições, em sonho de igual liberdade ambientado na cálida tropicalidade brasileira Dia virá, como 21 de abril, feriado nacional, ao evocarmos Tiradentes; Zumbi, o nosso herói negro era também o seu: 20 de novembro sob o emblema: "Dia da Consciência Nacional" (pois negros todos nós de alguma forma já o somos, até pelo DNA, daí dispensarmos a"consciência negra redundante e reacionariamente discriminatória dos brancos que, por sinal, já a integraram). PAULO REZINSKI Médico-Editor