Edição: 2ª Edição
Autor: Maria Mortatti
Acabamento: Brochura
ISBN: 9786555292930
Data de Publicação: 29/01/2021
Formato: 21 x 14 x 1 cm
Páginas: 136
Peso: 0.36kg
Sinopse
Nesta 2ª edição revista e ampliada que agora se publica, mantém-se o projeto original do livro, com 55 poemas distribuídos em quatro partes/movimentos. Além de ajustes formais, foram acrescentados oito “poemas apócrifos”, selecionados entre os escritos ainda em 2020, depois da publicação da 1ª edição. Em todos estes e aqueles se podem apreender as relações de complementariedade de sentido entre tema, estrutura e forma, por meio das quais se materializa o projeto do livro, uma peça poético-musical resultante do entrecruzamento de referências principalmente a composições literárias e musicais. Os poemas evocam estados íntimos do eu-poético, como vivência em processo, na busca de simultaneidade entre o momento do vivido e o momento de seu registro como experiência (poética). Caracterizam uma sequência assemelhada à de páginas de um diário íntimo, em que se vai tecendo a narrativa de uma longa e tortuosa jornada, por meio da expressão dos estados da alma ritmados pelos sentimentos da mulher na relação com seu amado, a quem dedica os poemas. Ao mesmo tempo, vai-se revelando a tessitura da relação amorosa, do ponto de vista da “mulher umedecida”, em monólogo dialógico-replicante com o homem, no movimento em vórtice que é também o de uma jornada de autoconhecimento, provocada pelo encontro e o vínculo com o Outro. O tom dos poemas é simples, mas veemente e pungente. Sentimentos díspares, antagônicos e contraditórios entre si. Ora alegres e idílicos, celebrando o encontro. Ora atormentados e trágicos, lamentando a ausência. Ora obstinados e esperançosos. Ora desiludidos e conformados. Sentimentos repetitivos e redundantes. Fim e recomeço, recomeço e fim se alternam em sequência temporal não linear, com idas e vindas, retomadas e avanços, sempre a partir de outro ponto adiante. E o desfecho, embora remeta à possível solução do conflito, sugere novo recomeço. Como indicam os “poemas apócrifos”, que são assim denominados nesta 2ª edição, não por serem destituídos de “autoridade canônica” ou de autenticidade, mas apenas por terem permanecido, por alguns meses, inéditos. Dados agora a conhecer, podem ser lidos como complementação dos anteriores, embora não se caracterizem como “quinto movimento”, nem como conclusão da jornada de autoconhecimento do eu-poético, nem, sobretudo, com fim de sua relação amorosa com o homem que a umedeceu. Entre começos, fins e recomeços, do começo ao fim ou do fim ao começo, o livro representa uma declaração do amor sem começo nem fim ofertada pela mulher ao homem que a umede-ceu. Por isso, talvez esta peça/oferenda poético-musical possa ser mais adequadamente apreciada se acompanhada da audição: das belíssimas 3ª., 4ª. e 5ª. de Mahler; e da estupenda Oferenda musical, de Bach. O leitor que acolher o convite-desafio poderá avaliar se o ambicioso projeto foi bem-sucedido: as palavras tocam (em) seu coração como tocam no/do coração da mulher umedecida?