Edição: 1ª Edição
Autor: Bruno Deusdará | Décio Rocha
Acabamento: Brochura
ISBN: 9786586089806
Data de Publicação: 20/09/2021
Formato: 21 x 14 x 2.2 cm
Páginas: 396
Peso: 0.45kg
Sinopse
A redação deste livro se impôs a seus autores com o projeto de aprofundamento do diálogo dos estudos discursivos com as ciências sociais. No contexto do referido diálogo, a noção de prática discursiva, transitando da formulação inicial de M. Foucault à operacionalização por D. Maingueneau, destaca a dupla produção de textos e de grupos que sustentam (e são sustentados por) esses textos. Nessa direção, avançamos em uma compreensão da instituição como movimento que envolve o instituído e o instituinte, concepção que a distingue, portanto, de um plano organizacional. Outro interesse que se busca é a renovação das práticas de análise da materialidade linguística, por meio da interlocução com a filosofia da diferença e por uma aliança com a perspectiva da cartografia. Assim, o livro reitera o lugar das práticas de linguagem em sua função de intervenção no mundo, e não de mera representação desse mundo, ressignificando a ideia de subjetividade como produção, vista como efeito de práticas institucionais. Um livro que proporcionará aos iniciantes o contato com marcos fundadores da AD e, aos veteranos, uma rearrumação de dados, no mínimo, original para se refazer o percurso das aventuras do discurso. Diante de ambos coloca-se o desafio de se alcançar uma escrita acadêmica potente.
SUMÁRIO
Eppur si muove 9
Fátima Pessoa, Luciana Salazar Salgado
Apresentação
Análises do Discurso: da diversidade de abordagens à perspectiva que desejamos praticar 13
Capítulo 1
Análises do discurso: excessos e limites de uma área 21
Nem tudo o que se designa como análise do discurso é análise do discurso 26
Afinal, quem trabalha com discurso? 33
Análise ou teoria: uma questão polêmica 46
Capítulo 2
Discurso, interdiscurso, prática discursiva 51
“Eu nunca tinha feito um discurso antes”: uso comum e uso técnico do termo 53
Duas definições clássicas de discurso: as contribuições de Z. Harris e de M. Pêcheux 57
Pistas para aproximação ao (inter)discurso 64
O primado do interdiscurso 70
A interdiscursividade nas margens do enunciado: a contribuição de M. Foucault 76
Prática discursiva: um novo primado? 81
Capítulo 3
A análise do discurso QUE desejamos praticar 91
Logicismo e sociologismo: dois polos e suas mesclas 93
Quando o periférico legitima o pretenso centro: o que também não convém como proposta de AD 100
Para além do logicismo e do sociologismo 102
O que se vem praticando em AD 104
“Ocupar-se de algo que diz respeito a si próprio”: o que pretendemos como prática de AD 114
Capítulo 4
Produção de córpus e quadro teórico-metodológico 119
Instituição da AD e uma concepção monotemática de córpus 122
Sobre as relações entre teoria, metodologia e córpus nos primeiros anos da AD 126
A noção de “arquivo” 130
Sobre as condições de produção dos discursos 134
Heterogeneidade e abertura de um córpus 138
Materialidades produzidas pelo pesquisador: entrevista e questionário 144
Produzir um córpus, e não simplesmente coletá-lo 151
Não se pensa córpus sem uma reflexão teórico-metodológica 156
Fazer uma escolha teórica refletida 161
Capítulo 5
Por uma cartografia dos discursos 169
O conceito de instituição: perspectiva institucionalista e deslocamentos da abordagem discursiva 176
Instituição, implicação e sobreimplicação 181
Trabalhar com dispositivos: por um quadro teórico-metodológico meno 189
Cartografia como perspectiva 198
Alguns princípios – conceitos devem ter vida e corpo na pesquisa e no fazer do pesquisador 207
Capítulo 6
Entre a representação e a produção de mundo(s). 219
O caminho das ciências da cognição: cognitivismo, conexionismo e a hipótese da representação 221
A hipótese enatista 224
Cotejando três momentos das teorias da cognição 230
A linguagem sob a ótica da enação 232
Breve parêntese para um predecessor da enação: Jakob von Uexküll 233
Palavras não representam um mundo pré-definido, mas o produzem 236
Quando o Umwelt se torna irreconhecível 245
Capítulo 7
Sujeito, subjetividade e subjetivação: três conceitos (s)em reformulação 249
A subjetividade naturalizada 253
A subjetividade nos estudos da linguagem 257
Sujeito e subjetividade na AD francesa 262
Da filosofia da representação à filosofia da diferença 271
O outro da filosofia da diferença 272
Falácias em torno da alteridade 274
Subjetividade e subjetivação: M. Foucault e (alguns de) seus leitores 281
Ainda sobre subjetividade: a dobra do fora de Deleuze e outras experiências 288
A mescla de territórios e a força instauradora da palavra: uma leitura de V. Safatle . 294
Capítulo 8
O desafio da escrita: construção de dispositivos para além das forças que constrangem 299
A escrita acadêmica e os métodos que a constrangem 301
Discutindo autoria do trabalho acadêmico 305
Rituais de escrita: “como escrevo?”. 311
Dúvidas e dificuldades na redação de um trabalho acadêmico 317
Pontos de vista teóricos sobre a escrita 326
Pistas para um método “faça comigo/conosco” nas práticas de escrita 359
Referências 367