É isto um golpe? - a (in)discernibilidade entre democracia e exceção no Brasil contemporâneo - 1ª Edição | 2020
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Edição: 1ª Edição
Autor: Maiquel Ângelo Dezordi Wermuth | Joice Graciele Nielsson
Acabamento: Brochura
ISBN: 9786586093100
Data de Publicação: 19/06/2020
Formato: 21 x 14 x 1 cm
Páginas: 113
Peso: 0.185kg


Sinopse

Tradicionalmente a expressão "estado de exceção" tem sido utilizada para designar a suspensão provisória da Constituição, seja em sua totalidade ou em alguns dos seus pontos principais, como os direitos e garantias fundamentais. Configuraria, portanto, uma situação excepcional instaurada a partir do advento de circunstâncias anormais, que representariam ameaças à estrutura do Estado de Direito, e que demandariam, para sua superação, a concentração de poderes. A partir desta ideia, comumente tende-se a identificar estado de exceção e ditadura, ambos, opostos e distintos à democracia. Todavia, a partir de uma análise biopolítica de aspectos concretos das modernas democracias ocidentais, tal qual já havia demonstrado a experiência do III Reich Alemão, considera-se possível a existência de um teratológico "Estado democrático ditatorial", de tal modo que exceção e democracia deixam de configurar realidades opostas, passando a conviver simultaneamente. É neste sentido que a filosofia política de Giorgio Agamben vem apontando, ao afirmar que a exceção autoritária não constitui uma negação do Estado democrático de direito, ao contrário, a exceção habita dentro da democracia configurando verdadeiros espaços de exceção em plena vigência democrática. Em relação à realidade brasileira, tal percepção permite refletir sobre as práticas político-jurídicas cotidianas para nelas descortinar autoritarismos que, inicialmente permanecem alheios e inexplicáveis face ao ambiente inaugurado com a Constituição de 1988. Tal leitura crítica, portanto, permitiria evidenciar em nossa vivência social que, não obstante a qualidade dos enunciados normativos do texto constitucional, a democracia brasileira se construiu tendo em vista uma tradição autoritária, que não desaparece com a simples mudança de status jurídico-político. É neste contexto que a expressão "estado de exceção", não obstante sua complexidade se transforma em uma noção central para a compreensão acadêmica e política dos paradoxos das democracias ocidentais na atualidade. Assim, uma das principais tarefas do pensamento crítico -? e o principal objetivo do presente livro - consiste em descortinar e denunciar os espaços de exceção que parasitam o cenário político-jurídico nacional, estabelecendo espaços cada vez maiores de anomia, nos quais a indiscernibilidade entre democracia e autoritarismo transforma-se em regra.
SUMÁRIO

“PELA MINHA FAMÍLIA, POR DEUS E PELO FIM DA CORRUPÇÃO”: NOTAS SOBRE O PATRIMONIALISMO NA POLÍTICA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA E A FALÊNCIA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO …………………………………………………………………13

1.1 O patrimonialismo na política brasileira: do “homem

cordial” ao político corrupto ………………………………………………………………… 16

1.2 A constituição brasileira de 1988 e a dimensão

republicana do estado democrático de direito: um desafio

à tradicional política brasileira ………………………………………………………………… 27

1.3 “Pela minha familia, por deus e pelo fim da

corrupção”: os “continuadores da casa grande” em sua

tentativa de (re)tomada de posição à custa do estado

democrático de direito …………………………………………………………………33

1.4 Balanço final …………………………………………………………………40

CAPÍTULO II …………………………………………………………………45

ULTRALIBERALISMO, EVANGELICALISMO

POLÍTICO E MISOGINIA: A FORÇA TRIUNFANTE

DO PATRIARCALISMO NA SOCIEDADE

BRASILEIRA PÓS-IMPEACHMENT …………………………………………………………………45

2.1 A (re)articulação do patriarcalismo: o predador do nosso tempo …………………………………………………………………46

2.2 O patriarcalismo, a misoginia e o impeachment de

2016: “tchau querida”(?!) …………………………………………………………………57

2.3 O evangelicalismo político e a sustentação ultraliberal

do patriarcalismo …………………………………………………………………67

2.4 Intermezzo ………………………………………………………………… 75

CAPÍTULO III ………………………………………………………………… 79 A (IN)DISCERNIBILIDADE ENTRE DEMOCRACIA E ESTADO DE EXCEÇÃO NO BRASIL CONTEMPORÂNEO: UMA LEITURA A PARTIR DE GIORGIO AGAMBEN ………………………………………………………………… 79

3.1 O estado de exceção em giorgio agamben: claros-escuros de um conceito ………………………………………………………………… 80

3.2 A exceção permanente à brasileira: ecos da teoria agambeniana na realidade jurídico-política do brasil pósimpeachment de 2016 ………………………………………………………………… 94

3.2.1 A configuração do soberano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96

3.2.2 A configuração do inimigo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100

3.2.3 A suspensão permanente da normatividade . . . . . . . 105

3.3 Consideraçõs finais para não concluir ………………………………………………………………… 109

REFERÊNCIAS ………………………………………………………………… 111
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Avaliação
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Etiquetas: direito constitucional, leis constitucionais, direitos fundamentais, CNJ, STF, STJ, EC, Emenda Constitucional, Proposta de Emenda Constitucional, direito comparado, Constituição Federal do Brasil, liberdade de expressão, liberdade religiosa, estado laico, UJUCASP, PEC, Curso De Direito Constitucional, Constituição, Cf, Cf/88 - Constitucionalismo, Teoria Da Constituição, Controle De Constitucionalidade, Direitos Humanos, Direitos Individuais, Direitos Sociais, Coletivos, Garantias Constitucionais, Constituinte, reforma constitucional, lei anticonstitucional, anticonstitucional