Edição: 1ª Edição
Autor: Pedro Carrano
Acabamento: Brochura
ISBN: 9786589624035
Data de Publicação: 15/09/2021
Formato: 21 x 15 x 1 cm
Páginas: 148
Peso: 0.1kg
Sinopse
Há a Curitiba do aço e do acrílico, das canaletas e do biarticulado, das grandes áreas verdes e dos gigantescos restaurantes de comida italiana: a Curitiba para inglês ver. E há também uma outra Curitiba: a Curitiba das favelas, dos barracos, das invasões, mestiça, latino-americana, ao mesmo tempo próxima e distante da primeira. Com rigor e ternura, o olhar de Pedro Carrano se debruça sobre essa segunda Curitiba, focalizando as histórias de pessoas simples como Roza, Chicão e Lorena. São tramas que se cruzam e se entrecruzam nesta outra Curitiba. Por um lado, a luta por moradia e condições de vida mais dignas. Por outro, as razões do coração: a luta não é só por pão e teto, mas também por atenção e afeto. E aí a luta de classes e gênero se embaralha com as lutas (ab)surdas do coração. Mas Com os ossos abertos não é só uma história de luta e paixão. É também uma história de trânsitos identitárias, que se manifestam sobretudo na vida de Roza, uma mulher indígena que abandonou suas origens na região do Iguaçu em busca de uma vida melhor na capital, e que corre sempre o risco de ficar sem uma nem outra. E é aí que mora o perigo: nessa vida desenraizada a tragédia está sempre a um passo, seja no peitoril de uma janela, seja nas águas de um rio.
Jornalista por profissão e contador de histórias por vocação, as duas características de Carrano se mesclam nesta novela, sem que o jornalismo mate a ficção, sem que a fabulação edulcore o real. Pelo contrário, em Com os ossos abertos, a capacidade de representação do real e a faculdade de criação de mundos possíveis se unem na configuração de uma urdidura em que tudo é ficção e tudo é verdade. Aliás, o autor, jornalista tarimbado, não brinca em serviço: já experimentado em crônicas, contos e poemas, agora se aventura, com mão segura, nesta narrativa de maior fôlego: novela com feição de romance, romance com feitio de novela.
Otto Leopoldo Winck