Edição: 1ª Edição
Autor: Luiz Paulo Leitão Martins
Acabamento: Brochura
ISBN: 9786589624301
Data de Publicação: 31/08/2021
Formato: 22 x 16 x 6 cm
Páginas: 680
Peso: 2kg
Sinopse
Neste livro, o autor centra-se na leitura do último tempo do percurso de Foucault para pensar nas relações de seu discurso teórico com a psicanálise, em que se problematizou o registro da ética nas suas conjunções fundamentais com os registros do saber (arqueologia) e do poder (genealogia), para enunciar assim a nova problemática da estilística e da estética da existência.
Nesta perspectiva, o que está em pauta é a formulação da categoria do sujeito no plural e não no singular, como se formulava na tradição da filosofia do sujeito desde o século XVII, que se enuncia de forma eloquente desde o título escolhido, Sujeitos de verdade. Assim delineado, o sujeito seria concebido na tensão e no conflito permanente estabelecidos entre os campos do poder e da resistência, que se renovam e se reconfiguram de maneira infinita, no diapasão tecido de forma inequívoca entre a necessidade e a contingência.
Dessa maneira, a categoria de parresía como dizer verdadeiro, enunciada na Antiguidade, foi alçada à condição fundamental para delinear o campo ético do sujeito, na sua articulação crucial com o registro do poder. O trabalho de si foi assim destacado como sendo a marca decisiva do sujeito, como forma de subjetivação.
Joel Birman
_ Se Lacan foi um dos poucos autores da história da psicanálise que depois de Freud retomou aquilo que a antiga tradição da epiméleia heautoû introduzia de inquietante, a saber, a questão da transformação do sujeito na experiência com a verdade, a pergunta de Foucault, que ele deixou aberta e que permanece não resolvida em toda a sua obra, foi a seguinte: É possível, nos termos próprios da psicanálise, colocar a questão das relações do sujeito com a verdade, do ponto de vista da espiritualidade e do cuidado de si?
Ora, se como condição de acesso à verdade é preciso que o sujeito se modifique, se transforme, se torne, em certa medida e até certo ponto, outro que não ele mesmo, interrogamo-nos de que maneira esse, por assim dizer, devir outro do sujeito, quando se constitui pela forma do saber analítico e se desdobra por uma estrutura de pertencimento institucional, não se configura muito mais como esquecimento da questão, do que propriamente como experiência de abertura para a alteridade do sujeito, e isso na medida em que a verdade se manifesta na espessura da própria vida e existência.