Edição: 1ª Edição
Autor: Maria do Carmo Piçarra
Acabamento: Brochura
ISBN: 9789724418599
Ano de Publicação: 2015
Formato: 23 x 16 x 2,4 cm
Páginas: 360
Sinopse
Quando emergiu a geração do Cinema Novo, quais foram as
evidências da (im)possibilidade de um outro olhar sobre as colónias portuguesas
em obras de autor que foram censuradas e proibidas? Como é que a propaganda do
Estado Novo filmou o "modo português de estar no mundo"? Este ensaio
é um contributo decisivo para o estudo sobre a forma como Portugal
"imaginou", durante a ditadura, o seu colonialismo através da sétima
arte. "Em campo", é feita uma análise das representações coloniais
impostas pelas actualidades cinematográficas de propaganda, nomeadamente, o
Jornal Português (1938-1951) e Imagens de Portugal (1953-1970), publicações
financiadas pelo Estado Novo. Em "contracampo", são recuperados três
casos de filmes de autor proibidos: Catembe (1965) e Deixem-me ao menos subir
às palmeiras... (1972), filmados em Moçambique por Manuel Faria de Almeida e
Joaquim Lopes Barbosa, respectivamente, e ainda Esplendor selvagem (1972),
rodado em Angola, por António de Sousa.
O vislumbre do
"homem imaginado" pelo cinema colonial produzido durante o Estado
Novo através deste dispositivo "campo/contracampo" faz emergir um
imenso "fora de campo", mais amplo do que aqueles que o olhar da
câmara permite captar, de acordo com um programa político ou uma sensibilidade
de autor.