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Marca:: Editora Alta Books
Modelo:: Livro
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Edição: 1ª Edição
Autor: William Ribeiro
Acabamento: Brochura
ISBN: 9786555206333
Data de Publicação: 22/11/2021
Formato: 23 x 16 x 2 cm
Páginas: 304
Peso: 0.4kg
Sinopse
Como tudo começou, desde
a minha infância, minha
vida pessoal, meus filhos,
aventuras no mundo do
Empreendedorismo e da
Educação Financeira.
Eu me demiti da empresa que eu mesmo criei. Foi a melhor coisa que
fiz na vida. Mas como pode um educador financeiro, que tanto valoriza
o tema dinheiro, abandonar uma empresa rentável para viver de... Viver
de que mesmo? Não havia um Plano B.
“O que raios você fez?” Eu me lembro exatamente de uma mensagem
que recebi de um amigo naquela época.
Quinze anos de batalha estavam prestes a virar simples lembranças.
Desde aquele moleque de 17 anos até construirmos uma empresa com
dezenas de milhares de clientes em todo o Brasil, muita história tinha acontecido.
Mas havia terminado. Já era, nada mais fazia sentido. Esta é uma
história sobre como o dinheiro não pode ser a maior motivação da sua vida.
Uma infância feliz
Fico fascinado com os brinquedos dos meus filhos.
Como pode haver tantas composições de materiais, luzes, sons, eletrônica...
Nem de longe, quando criança, eu vislumbrava ter acesso a tanta diversão.
Não só porque não havia o “fenômeno China” para popularizar o preço dos
brinquedos, mas também porque sou grato por ter mais condições
financeiras do que meus pais na época da minha infância.
Como eu era feliz na minha infância nos anos 1980! Jogava bola na
rua, nadava no rio, aprontava pegadinhas com os pedestres (desculpa,
mãe!), carrinho de rolimã... Sim, sou da época do LP Xou da Xuxa 3.
Ter filhos me revelou uma imensa gratidão aos meus pais. Com con-
dições de renda mais apertadas, os brinquedos que eu tinha significa-
vam dispêndios proporcionais muito maiores do que os tenho com os
meus filhos.
E como é imenso o desafio de proporcionar aos meus filhos uma
infância tão rica (no sentido que transcende o dinheiro) quanto eu tive!
Com a correria dos dias atuais, é bem mais difícil (e importante!) estar
presente do que somente dar presentes aos nossos filhos.
Falando em brinquedo, enquanto escrevo estas palavras, me vem
uma percepção: um deles viria a moldar minha carreira no futuro. Quer
dizer, não necessariamente um brinquedo: um computador.
Aos olhos da geração atual, o “super” TK85 pode parecer mais um
teclado gordinho do que um computador. “Mas como ousam falar isso de
uma maravilha tecnológica com 10kiB de memória?” — penso eu na minha
mente de tiozão da informática.
Aos meus 10 anos de idade, o velho TK, devidamente plugado na te-
levisão (sim, era a tela dele!), recebia os meus comandos, que eu apren-
dia lendo um livro. Não passavam de caracteres frios em preto e branco
na tela. Eu fazia um software cuja única função era fazer um texto se
deslocar de um lado para o outro.
Depois, filmava a televisão com uma câmera, e esta parte entrava
como introdução para o que viria a ser gravado depois — eu estava
escrevendo aqui a palavra vinheta, mas apaguei porque fiquei com vergonha
de chamá-la assim.
O software mais clássico era o que fazia a frase “Parabéns, Rafaela”
deslizar na tela, em uma infame e não muito honrosa abertura para as
Como EU Cheguei À minha INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA
programador, desenvolvendo toda uma linha de produtos para a minha
empresa, muitos anos depois?
Da pré-escola até a oitava série, sempre estudei em escola pública.
Era um bom aluno — em que pese o fato de não precisar estudar nada
para alcançar esse resultado. Acho que as partidas de truco no intervalo
das aulas ajudavam a oxigenar o cérebro para as aulas de Educação Artística.
O poder de uma mulher
Precisamos falar de Santa Rita do Sapucaí, uma cidadezinha do interior de Minas Gerais.
Minha história foi moldada por essa cidade, como aconteceu com muitos empreendedores daqui.
Santa Rita, a exemplo das suas vizinhas, tinha tudo para ser uma cidade com uma economia
baseada em atividades agropecuárias.
Não que isso seja demérito algum — afinal, como já dizia a propaganda,
“agro é tech, agro é pop!” Mas bem sabemos o quão difícil é
a vida no campo e como são limitadas as possibilidades de ascensão
profissional dos trabalhadores rurais.
Muito antes dos movimentos feministas de hoje, Santa Rita teve
a sua história transformada pelas benfeitorias de uma mulher. Sinhá
Moreira era de uma família abastada: era filha de um banqueiro e sobrinha
de Delfim Moreira,1 que já foi presidente do Brasil. Foi obrigada a
se casar com seu primo, um embaixador, cujo ofício proporcionou a ela
a oportunidade de viajar por todo o mundo.
No Japão, Sinhá assistiu a uma palestra de Albert Einstein. Ela vislumbrou
que a eletrônica seria a vanguarda da tecnologia e inovação
em prol da humanidade. Assim, Sinhá Moreira convenceu o então presidente,
Juscelino Kubitschek, a criar os cursos de eletrônica de nível
médio — não havia ainda nem regulamentação para esse tipo de escola no país.
E em 1959, graças à Sinhá Moreira, Santa Rita (e a América Latina
inteira) ganhava a sua primeira escola de eletrônica, que leva o nome do
pai da Sinhá: Escola Técnica de Eletrônica “Francisco Moreira da Costa”,
a querida ETE. Foi a sétima escola do gênero no mundo. Tem ideia da
proeza?
Da ETE surgiram várias gerações de empreendedores, cujas empresas formam
“O Vale da Eletrônica”, ambicioso apelido de nossa cidade.
São mais de 150 empresas em uma cidadezinha do interior, constituindo
uma densidade empresarial 518% maior do que a do verdadeiro Vale
do Silício, de quem “roubamos” a inspiração.
Observação: É evidente que não dá
para comparar o porte das empresas
dos dois Vales. Meu ponto é apenas a
quantidade de empresas por habitante.
Diversos produtos eletrônicos são desenvolvidos e fabricados por
aqui, desde urnas eleitorais eletrônicas a tokens bancários e tornozeleiras
eletrônicas usadas em detentos. Por meio do Inatel (Instituto
Nacional de Telecomunicações), Santa Rita participa ativamente dos padrões
de tecnologia que empregamos em nossa vida, como TV Digital e
telefonia 5G. Dá um orgulho danado a este que vos escreve!
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